sexta-feira, 20 de novembro de 2009






Sementes




Senhores viajantes,
e também os suplicantes,
leiam o aviso:
“É uma jornada solitária,
embora máquina extraordinária,
onde a paixão pode ser fatal”...         
Em um livro rebuscado
de poemas rabiscados,
nos muros
das membranas dos antepassados,
estão mostras da incerteza, da dúvida,
da invenção do divino,
da sombra da vida e do relâmpago final...
E é de lá que profetizo
o começo da escola
do bom senso,
onde homens
não serão mais
que homens,
e suas casas e feitos estarão
na história do universo
como sementes jogadas
ao sol.










 photo: Kiko Nazareth
 





U M    S E G U N D O

pelo universo todo, à meia-noite em ponto,
por um segundo inteiro, o vento fica parado
quando  as sombras do tempo envolvem
sapo , princesa, vento, moinho, arado,
ogros e criaturas afáveis,
e  o mundo, que não enxerga duendes e magas,
desconhece, que de uma vela acesa nascem amores impensáveis...
e assim, a madame e o menino de rua, minha alma e a sua,
o gato selvagem e o sabiá faceiro,
a lua, o sol, o sol e a lua
se encontram de novo, por um segundo inteiro.


photo: kiko nazareth











...esperanza, unica   


que morde

Eram cinco cadelinhas, o carteiro entrou e dona maria falou essas nao morrrdem nao, pode entrar, o carteiro foi em frente, mas uma cadelinha branca veio toda feroz, lá da cozinha, mordeu seu carteiro e dona maria disse, desculpa esperanza, unica que morde...eu tava passando e sorri...












Quase  No  Fim

Deturpadas
as minhas palavras,
vista cansada,
quase no fim,
corpo dormente,
náusea,
corrosão das vias
respiratórias...
Cegos, os que me rodeiam,
surdos e falidos,
os que amo e protejo...
Sem pudor, nem fé,
aqueles com quem
me deito...filhos da dor,
herdeiros da dúvida,
salva-os o amor,
que na vida é
redenção.



                                           fotograma do video "Linguagem" de Kiko Nazareth
    




inacabada

Era uma paixão tão forte, tão feliz 
a que Um sentia pelo Outro; nem a mão pelo papel, nem o sol pelo céu, nem a boca pelo sorriso, e como nada se comparasse, 
tudo que Um escrevia num rascunho, a chuva logo borrava; Outro percorria o caminho para casa, mas sempre voltava,


Um dava seu melhor, dava, e a paixão por Outro nunca recuou, ficou ali, numa sala dourada,


uma tatuagem, gravada num tempo impreciso,...



que o papel não guardava, o céu não chovia, 
nenhum riso, nada, e foi ficando assim, inacabada, 

a paixão nunca interrompida, como inspiração gravada, no teto de uma sacristia, a paixão que Um pelo Outro sentia...



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