segunda-feira, 2 de novembro de 2009

o     q u e     n o s     a t a













É hora de lembrar, e sonhar
que te vejo na sala,
que sinto teu hálito,
que discorro frente teus olhos
sobre o amor que nos ata,
sobre o medo do futuro, que
sobre teus lábios pausam mudos os
meus dedos,
e juro...quase perdi os sentidos,
a visão, mas a vergonha
não...vai, adormece assim,
como quem espera,
dentro de mim, a fera,
um servo da bela.
Adormece singelo
sono da vida,
alma protegida,
dia e noite por mim.
Adormece sem roncos,
sem sustos, sem medo de nada,
a lembrança forrada,
perfumada por ela.
Dorme em paz, te vigio,
contigo meu corpo não dorme,
nem de noite, nem no estio,
por que o medo é tanto
de perder aquele fio...
Mas um dia te suplico,
vem em meu auxílio,
 que possamos dormir juntos.
Vem,
por que no frio,
na noite calada,
este corpo no cio
tem alma atormentada
pelo temor de te ver,
pálpebras fechadas,
cerradas e úmidas,
para sempre e sempre.
Hoje deito em suspeita,
em cruel desafio,
e em suspense aguardo,
sem querer denuncio...
Mas dormirás, não é nada,
é um sopro talvez.
Sei que um dia retornas,
boa noite, outra vez.





photo: Kiko Nazareth















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